quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sheik é ruim para a sociedade

Quando o Fluinense anunciou a contratação do tal "Sheik", comentei com os amigos que achava um erro. O motivo era muito simples.

Aos 30 anos ninguém nunca havia escutado nada sobre o jogador chamado Emerson, revelado pelo São Paulo, sem nenhuma expressão no futebol brasileiro, e que fez carreira de sucesso no Oriente. Veja bem, se alguém me disser o nome de 5 jogadores bons de bola revelados no Japão ou no Qatar, eu posso até começar uma conversa sobre o assunto, mas enquanto isso, vamos ser sinceros, esse Emerson não é ninguém.

O cara apareceu uns anos atrás se dizendo flamenguista de coração e que o sonho era jogar no Flamengo. Aliás, essa tem sido uma prática comum de alguns jogadores para darem aquela famosa "cavadinha" e descolarem um contrato num grande clube. E no caso do tal do Emerson, deu certo.

Contrato assinado, Emerson chegou mostrando realmente muita raça em campo. Nada muito diferente do que vemos nas peladas do Aterro ou da Lagoa, até mesmo no futebol de praia ali em Copacabana. Mas com menos de um ano de estar realizando seu grande sonho de jogar no mengão, o rapaz se transferiu novamente para algum lugar desconhecido do mundo.

Cara, o meu sonho é jogar no meu time. Consigo um contrato pra ganhar uma fortuna e venho "realizar meu sonho" ganhando uma nota preta e sendo aplaudido pela maior torcida do país. Ao mesmo tempo, minha conta bancária está abarrotada de grana, em função de ter uma carreira de sucesso em países muito ricos e que valorizam jogadores brasileiros. Pra completar, passei dos 30 anos e minha carreira está indo ladeira abaixo. Com toda essa situação, simplesmente aceito uma transferência para fora do Brasil. Alguém consegue explicar?

Pois então lá se foi o nosso querido Sheik embora mais uma vez.

Movido por essa louca inquietude que parece não ter fim, menos de um ano após sua nova ida para o exterior, Emerson decide voltar. Jura amor ao Flamengo novamente, mas dessa vez não cola. Acho até que o Fla tentou, mas não podia competir com a grana da Unimed, e o Sheik foi para no Fluminense.

Aí comecei minha campanha contra essa contratação. Não sou Fla nem Flu, mas gosto de debater o assunto.

Meu argumento é de que eu não contrataria, nem gostaria como torcedor, de ter um jogador atuando pelo meu time que acabou de jurar amor eterno e declarar ser seu grande sonho jogar pelo meu maior adversário. É esquisito. Nessa parada, não tem profissionalismo. Não adianta neguinho querer falar de futebol profissional. Isso não existe. A realidade desses "profissionais" nada tem de parecido com nenhum outro profissional de nenhuma área. Mas isso é um outro papo.

Mas voltando ao Emerson, é natural existir identificação de um jogador com determinado clube e torcida. Normal e sadio, inclusive. Porém, o lance do tal do Emerson foi beeeeem diferente. Pelo menos na minha opinião.

Mas lá ia eu entando convencer os tricolores a não gostarem dele, mas ele logo entrou em campo com aquela raça que lhe é característica, e os tricoletes ficaram animadinhos e tal.

No meio do caminho surgiu uma história que o Emerson era vascaíno, o que reforçou a minha antipatia. O cara realmente "jogou pra galera" como se diz por aí, ao afirmar ser mengão.

Chegamos a dezembro de 2010 e Emerson faz o gol do título brasileiro do tricolor. Minha campanha contra o Sheik chegava ao seu capítulo mais vergonhoso, mas o vento iria mudar...

Em 2011, após quase não jogar nenhum jogo por contusão, coisa que havia rolado também em 2010, o Flu partia para um jogo decisivo pela Libertadores. Dentro do ônibus, quando o foco deveria ser total na vitória, o nosso querido Sheik resolve descontrair e canta - CANTA! - uma música (música?) que faz referência ao Flamengo, o tal "Bonde do Mengão sem freio", que inclusive era encenado de forma ridícula pelos jogadores do Flamengo sempre que tinha alguma coisa pra comemorar, fosse um gol ou o fato de um flamenguista conseguir dizer "Flamengo", e não "Framengo".

Obviamente ninguém achou maneiro. Ninguém poderia achar. Se a diretoria do Fluminense tratou o caso da forma correta ou não, como depois Emerson ficou choramingando, é uma outra história. Agora, o Emerson foi correto com a diretoria, o clube, a torcida e os companheiros? Lógico que não.

Inclusive, após ser dispensado do clube, veio aos jornais falar "umas verdades". Disse que respeitava o Flu acima de tudo, desceu o pau na diretoria e alguns jogadores, mas sempre ressaltando respeito ao Fluminense.

Pois bem, sair cuspindo em tudo não é, definitivamente, uma atitude correta na minha opinião. Por qual motivo o grande Emerson não se levantou contra os problemas do Flu quando ainda era jogador. Ficou quietinho ganhando o dele.

E agora, depois de tanto "respeito" ao Flu, ele se apresenta no Corinthians e lança, entre outras pérolas, a seguinte declaração, publicado no Globo.com:

"Será um grande desafio. É um time que tem tudo a ver comigo e isso me deixa tranquilo. Tive uma identificação muito forte com a torcida do Flamengo, que também é de massa. Agora novamente volto para um clube de muita pressão. É diferente do último (Fluminense), que não tem torcida de massa e nem muita pressão. É contagiante demais acertar com o Corinthians."

Novamente me volto aos amigos. Dessa vez Corinthianos. Esse é o "atleta" que vocês querem no time de vocês? Esse é o exemplo de pessoa que vocês querem falando para a nossa sociedade?

Vou estender a pergunta a todos, mesmo aqueles que nao gostam ou entendem de futebol. Esse tipo de pessoa influencia um enorme número de pessoas, principalmente jovens e crianças, na sua maioria ignorantes, refletindo o perfil da população brasileira. É esse tipo de pessoa que nós queremos como referência?

Eu não.

Nenhum comentário:

Postar um comentário