Parei a correria do dia-a-dia pra escrever sobre um assunto que rolou há poucos minutos aqui no trabalho.
Fico realmente irritado quando falo de gato, que é o nome carinhoso que damos ao roubo de alguns serviços como luz, água e tv a cabo.
É muito comum ouvir por aí que a galera tem o famoso CAT-NET. Todo mundo acha bacana. É cool ter gato da Net.
No entanto, ninguém acha muito legal os gatos de luz, água e outros que rolam por aí. Nessas horas, essa galera toda levanta a bandeira da moralidade, se diz prejudicado pagando pelo consumo de outros, e por aí vai.
Pois é. Mas gato da Net pode.
Então, uma pessoa que conheço, morador de Ipanema. Prestem atenção: IPANEMA. Um dos metros quadrados mais caros do Rio de Janeiro. Entre o mar e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Pois esse morador de Ipanema contou hoje, radiante, que em pouco tempo terá seu Cat-Net.
A novidade foi contada com tanta alegria, que por alguns instantes pensei que fosse a aquisição de uma outra coisa. Um carro novo, uma TV, roupa... mas realmente era o tal do Cat-Net.
O mais revoltante é que é o roubo de algo, dentro da realidade brasileira, mais que supérfulo.
TV é um lance bacana. Traz cultura, informação, entretenimento, lazer, etc. Mas existem mil outras formas de obter tudo isso sem necessidade de roubar.
Justamente por ser o roubo de algo que não é uma necessidade básica, me deixa mais irritado. Roubar pra comer é uma coisa, mas roubar de "onda" aí já é demais.
Só mesmo no país dos mensalões, cuecas endinheiradas e cartões corporativos para que um morador de Ipanema grite pro mundo ouvir que tem Cat-Net como verdadeiro símbolo de ascensão social.
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