Quadrado é uma forma geométrica. Forma estabelecida, definida, sem hipótese de variação. Para muitos, essa forma tem uma conotação inflexível, careta, chata...
Chamar uma pessoa de "quadrada" é de certa forma dizer que ela não está antenada, que não experimenta, que não foge a regra, que não sai do seu quadrado.
E daí? Posso até ser chamado de maluco, mas acredito que a história do "Cada Um No Seu Quadrado" é o reflexo de uma sociedade que cada vez mais aceita as siuações, que se acomoda diante de uma voz que impõe que cada um fique dentro do seu quadrado, repetindo movimentos estabelecidos, definidos...
Evidentemente eu me divirto com a música e o vídeo. Entrei em êxtase quando, em um PUB em Bariloche, o HIT invadiu a pista e fez com que brasileiros, argentinos, americanos, mexicanos e quem mais estivesse por lá, sacudisse realizando os movimentos sugeridos pela música.
Então, vivemos sobre constantes ordens de faça isso ou aquilo. Ou simplesmente nos adequando a determinados padrões para sermos aceitos ou bem vistos.
O filme The Matrix fala exatamente disso. De um mundo que não existe, onde os humanos vivem num sonho imposto pelas máquinas. Poucos são aqueles que tem coragem de acordar e viver a realidade como ela é. Pior ainda, aqueles que após acordarem, querem voltar ao sonho. Afinal, tudo é mais fácil quando nos deixamos levar pelas circunstâncias.
E chega a ser doido o nível de reflexão que que esse filme pode nos levar, considerando o quão POP é o filme - ou chega a ser um produto? - com Keanu Reeves como grande astro, 3 sequencias de longa, curtas de animação e por aí vai.
Zeca Pagodinho, outro fenômeno popular, tem como hino o famoso "deixo a vida me levar...", que nada mais é do que relaxar e curtir o que nos é oferecido. Isso acontece em casa, no trabalho, na sociedade... sempre alguém pra dizer o que é ou não é. Nosso amigo Zeca diz que já passou por quase tudo na vida, que é de origem pobre e agradece a tudo que Deus lhe deu.
Adoro Zeca Pagodinho, curto muito a Dança do Quadrado, ouço Funk, Pagode, Sertanejo etc. Obviamente o grande barato é entender isso como entretenimento, cultura. Ver, conhecer e entender. Falo isso também em relação a música clássica, pintura, literatura e tudo mais.
Tem muita gente que assiste filmes de Kubrick, frequenta exposições no CCBB, ouve sinfonias Beethoven, lê o Segundo Caderno e acha que é bem informado, culto e apreciador das boas coisas da vida.
Muita informação não é boa informação. E qual é a boa informação? Toda! Assim como toda informação pode ser ruim. A maneira como vc se relaciona com ela é que faz a diferença.
Poderia ficar a vida toda falando disso. Muita gente também já falou e ainda vai falar. Mas não pude me conter. É muito interessante quando uma coisa simples como a Dança do Quadrado pode nos levar a uma reflexão tão profunda. Estamos todos nos nossos devidos quadrados fazendo exatamente o que devemos fazer.
E o mais interessante é que isso surgiu numa aula de Redação e Edição em Rádio, ou algo parecido. Ontem, na primeira aula o professor sugeriu um exercício simples que deixarei aqui pra vocês. Depois trago a resposta.
Tentem realizar. Depois vocês farão a conexão com tudo que falei. Pelo menos espero.
Exercício:
- Una os 9 pontos
- Não retire a caneta da base
- Use somente 4 retas

Ah, fica uma dica... VAMOS SAIR DO QUADRADO!
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