Estava assistindo ao jogo Corinthians e Botafogo na última quarta-feira. A partida ainda estava 0 X 0, o que classificava o meu fogão, mas o jogo estava difícil.
Durante a partida pensei: "se o Botafogo não classificar não tem como o Cuca continuar".
E não deu outra. O Corintihans venceu e eliminou o Botafogo. Mais uma vez o time foi bem em uma competição, mas naufragou a poucos metros de conquistar um título.
Cuca assumiu o Botafogo no segundo semestre de 2006. De lá pra cá quantas coisas não aconteceram, hein? Me lembro de um jogo, pouco depois que Cuca assumiu. Botafogo venceu o Santos no Maracanã por 4 X 3. O Santos era uma das forças do campeonato. Foi um jogo emocionante e comentei que há muito não via o Botafogo com tanta força, jogando bonito. Era o efeito Cuca começando.
No ano seguinte, no Campeonato Estadual do Rio, o Botafogo começou a chamar a atenção do público e da imprensa. Havia padrão de jogo, variação de jogadas, gols bonitos, vitórias convincentes... finalmente uma esperança no nosso futebol tão empobrecido em função da distância imposta pelo poderio financeiro de mercados como o da Europa.
Em 2007 o Botafogo foi vice-campeão estadual, semi-finalista da Copa do Brasil, fazia ótima campanha no Brasileiro, até que problemas no elenco fizeram o time desandar. Até a participação na Copa Sul-Americana prometia, não fosse o desastre no Monumental.
Viemos para 2008 e, com um grupo bem inferior ao ano anterior, chegamos bem novamente. Vice no Estadual, Semi na Copa do Brasil...
Cuca devolveu, não só ao Botafogo, como ao futebol Brasileiro, um pouco do brilho que ficou tão esquecido. Motivou a torcida de volta aos estádios, que iniciou de forma indireta, com o canto "E ninguém cala..." um movimento de torcidas em todo Brasil procurando criar músicas e coreografias de incentivo e amor aos clubes e ao futebol.
É bem verdade que durante a "Era Cuca" tivemos algumas situações no mínimo curiosas. A derrota para o River Plate, os dois gols anulados contra o Figueirense na Copa do Brasil 2007, o choro na final da Taça GB 2008, a saída relâmpago em 2007, entre outras. Mas todos esses ingredientes só demonstram a realização de um trabalho com amor, envolvimento, comprometimento e dedicação de Cuca e de todos aqueles que o cercam.
Nas nossas vidas profissionais, dentro das empresas, todos sabemos o quanto é importante ter uma equipe unida e envolvida, buscando um mesmo objetivo. E isso eu vi no Botafogo. Todos vimos.
O Botafogo antes nem era questionado, sequer era motivo de chacota. Não disputava nada, não incomodava ninguém. Mas nos últimos tempos, até ser gozado pelos adversários, de certa forma, passou a ser motivo de orgulho. Voltamos as rodinhas!
Há tantas coisas para dizer sobre Cuca, mas infelizmente não estamos com tanto tempo assim, né? A saída de Cuca parece a perda de um parente, o término de um namoro. Aquele lance que você já contava, sabia que estaria lá pra sempre, mas que de repente sumiu.
Fica aqui uma homenagem, um agradecimento, a um dos responsáveis por uma nova era no Botafogo e no Futebol Brasileiro.
Com certeza você ganhou um torcedor e admirador, não importa as cores que defenda.
Muitas vitórias no seu caminho!
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