quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Tá Difícil!

Caros amigos leitores, me surpreendo com o contador do Blog que apresenta a impressionante marca de 62 desocupados que acessaram esta página - desde domingo - em busca de alguma pílula que os libertasse da vida sem graça que levam.

Como não me chamo Morpheus, o máximo que posso proporcionar é um pouca mais do mesmo. Alguma diversão, piadas baradas que recebemos via email, imagens do meu cotidiano e blablablá.

Devo também pedir desculpas por estar tão ausente. Mas é que nesse momento alguns novos desafios se apresentam e outros são procurados. Com isso o tempo fica reduzido, apesar de ter muitas histórias pra contar. A de hoje, por exemplo, merece registro.

Não sei se terei o tempo e a paciência necessários para descrever minha experiência, mas prometo tentar.

Como bom brasileiro de classe média média, obviamente sofro a pressão da sociedade por ter um plano de saúde.

Sim, pois quem é pobre infelizmente vai morrer na fila do hospítal, por não haver vaga em hospital, por imcompetência médica, negligência, abandono, todas as opções anteriores ou nenhuma delas. O que importa é que se ele tiver um problema de saúde, vai pro saco.

Rico que é rico, quando tem um resfriado dispara pro aeroporto e vai se tratar nos Estados Unidos, França, sei lá.

Enfim, lá fui eu fazer meu plano de sáude, cerca de 2 anos atrás. O escohido/indicado, foi a Unimed. É um dos poucos planos de saúde que aceita pessoa física! Sabia disso? Pois então, quando vc perde o emprego, perde também o direito a saúde - pública e privada.

Lá estava eu coberto pela Unimed. Usei o plano pouquíssimas vezes. Grande negócio eles fizeram. No entanto, pintou a oportunidade de fazer outro plano pela empresa. Vale lembrar que o plano via empresa, é muito mais barato. Perde só o emprego pra vc ver o que acontece!

Encurtando a conversa, precisei da segunda via do meu contrato, para apresentar ao novo plano e obter benefícios fantásticos (HA HA HA). Tive que me dirigir a loja da Unimed. Esperei um bom tempo até ser atendido por 3 minutos e ir embora, sem o contrato, pois deveria retornar em X dias para buscar o tal documento.

O desespero em encarar a fila interminável era tão grande, que revirei a casa e encontrei o tal contrato. UFA!

Nessa oportunidade pensei em escrever sobre a fila e o atendimento, mas simplesmente ignorei, considerando que aquela era a primeira experiência, e talvez não fosse um dia de sorte.

Novo plano feito pela emrpesa, agora o desafio seria cancelar a Unimed. Entrei em contato por telefone e a atendente disse que eu precisaria somente ir a loja da Unimed e solicitar o cancelamento. Até me estranhou o fato de nenhuma tentativa de me fazer voltar atrás, perguntar qual seria o motivo do cancelamente ou qualquer outra perturbação que os setores de "RETENÇÃO" tentam como último recurso.

Então fui para a loja. Minha segunda experiência. Não poderia ser pior que a primeira, certo? Errado!

Cheguei e parecia sala de espera de hospital público. Cerca de 25 pessoas em uma sala minúscula, apenas 4 atendentes e 99% dos clientes já estavam quase deixando de ser por motivo de falecimento - afinal eram todos beeeeem acima dos 60. Nem preciso dizer que não havia cadeiras para todos.

Recebi minha senha com o número 62. No painél eletrônico, piscava o 41. Ah... 20 pessoas na minha frente.

Pois então esperei. Em pé, lógico. Com tantos idosos, não teria como sentar. Seria o máximo do deboche com os velhinhos.

Sem ter o que fazer, vc começa a prestar atenção nos outros.

Um senhor, bem idoso mesmo e que mal conseguia andar, furava a fila da galera. Ele se colocava ao lado do atendente e quando a pessoa terminava o atendimento, ele sentava. Foi jogado de um pro outro, até ser atendido.

Um outro senhor, esse bem mais novo, ficava puxando papo com todo mundo. Arrumou uma amiga e toda hora vinham ver qual o número estava.

Um cara do meu lado "descobriu" que aqueles com idade acima de 60 anos tinham prioridade. Resultado: vibrou muito ao afirmar que acabara de completar 62. E ele contava, todo prosa, para todo mundo que chegava.

A recepcionista era a todo instante bombardeada pelas mesmas perguntas das pessoas que chegavam e se espantavam com a quantidade de pessoas aguardando. Todas, obviamente, tentando uma maneira de furar a fila.

Sim, pois aumentou. A fila chegou a ter mais de 35 pessoas!!!

Me lembrei que tinha um livro na mochila e comecei a ler. Como não sou de bobeira, acompanhei a contagem das senhas. De repente, a contagem pula de 55 para 67.

OPAAAA!!! Que isso, minha gente???? E EU?!

Falei com a atendente, que chamou a gerente e a primeira pergunta dela: você estava aqui o tempo todo? Minha vontade era matar aquela desgraçada!

Como assim? Estou dizendo que pulou do 55 para o 67 e ela pergunta se eu estava ali? Peguei e mostrei exatamente aonde eu tinha passado minhas últimas 3 horas... EM PÉ! É brincadeira, né?

Ela me chamou a sua sala, procurou no sistema afirmando que poderia identificar se realmente havia sido chamado ou não. Não encontrou. Ponto pra mim!

Voltamos ao atendimento e ela diz pra galera que o próximo seria eu, que o número não havia sido chamado. Num instante aparece alguém pra tumultuar. Uma gordinha me sai lá do fundo e vem dizer que foi chamado sim e blablablá.

Eu disse que podia ter sido chamado sim e que também não queria mais saber. Chamado ou não, eu era o próximo. Tudo isso na maior cordialidade, é ou não é?

Logo depois fui atendido e meu contrato cancelado em menos de 5 minutos. Inacreditável. Esperei 3 horas para ter 3 minutos de atendimento.

Depois fiquei pensando: por isso que a "RETENÇÃO" nem me deu bola. Provavelmente eu desistiria de cancelar, tamanha dificuldade.

Mas venci Os obstáculos! HAHAHAHA

Agora, papo sério. Não é qualquer um que pode dedicar 3 horas do seu dia para ficar numa fila, para um serviço que dura menos de 5 minutos.

A verdade é que as empresas fazem o que querem e o que não querem com o consumidor.

Não precisa ser nenhum grande gestor, gênio do marketing ou especialista em logística para entender que há maneiras mais simples de organizar esse tipo de atendimento.

Sem contar nos idosos, sem local para sentar adequadamente, também aguardando horas pelo atendimento.

Se for autorizar um exame, é melhor esperar a morte chegar. Certamente virá mais rápido que o atendimento

Mas ninguém se importa, né?

Fica o alerta para quando precisarem ir na lojinha da Unimed da Rua Francisco Sá, em Copacabana.

Prometo que na próxima faço vídeos!

Adios =)

Um comentário:

  1. hahahaha. isso significa que vc é mais inteligente do que a sua idade de verdade. aeeeee.

    que sufoco na unimed. =/

    enquanto isso os visitantes só vão aumentaaaando :) tá famoso, hein!

    <3

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